Chegamos ao local da projeção e apresentamos o filme para uma plateia lotada, idêntica a de ontem. Assim que começou a projeção, deixamos o público assistindo o filme e partimos para o coquetel que foi oferecido em nossa homenagem.
Além de João Amino, Cônsul brasileiro em Chicago, encontramos Mila Burns; diretora, produtora e apresentadora do programa Planeta Brasil; e Francisco Quinteiro, que também produs e apresenta com ela. Não conhecia o programa, que aborda a vida de brasileiros que moram fora do Brasil. Gostei muito da ideia, principalmente após ouvir as histórias da dupla, que mora num caminhão e produzem o programa sozinhos. eles se demonstraram muito emocionados com o sucesso de nosso filme.
Todos os dias que estivemos aqui, alguém fez uma colocação sobre a realização da copa e olimpíadas no Brasil. Hoje chegaram a perguntar, no debate, se a gente fez o filme para melhorar a imagem do Brasil no exterior. É lógico que fizemos.
Todo cinema para mim é como uma grande aula, melhor que qualquer escola. Conheci vários heróis brasileiros, que não estão nos livros de história, através do cinema. Vi coisas que não vivi, como a ditadura por exemplo. Sem o cinema não teria acesso a todas essas mudanças que acontecem no Brasil. Se as olimpíadas representarem algum tipo de mudança relevante pro país, acho muito justo que o cinema retrate essa mudança para as próximas gerações. Diferente das histórias que são contadas unilateralmetne, o cinema tem diversos pontos de vista. Isso permite uma construção inimaginável sobre as coisas.
Assim é o roteiro de 5x favela. Todos os debates levaram pra esse lado também, da pluralidade dos roteios. O público do festival disse que está cansado de assistir sempre o mesmo formato de roteiro e que conseguimos romper essa amarra, fazendo um roteiro bem fora do tradicional.
Talvez isso tenho sido possível, com a visão que Cacá Diegues teve em relação a movimentação que acontecia nas favelas cariocas na última década. 5x favela, agora por nós mesmos é nada menos que um amplificador, que fez ecoar várias vozes que estavam caladas nas periferias. Só na Cidade de Deus, onde construímos o roteiro de Arroz com feijão, foram cinquenta e poucos jovens criando um conteúdo que toca brasileiros no mundo todo.
Outro traço a ressaltar é que na movimentação das sessões vejo como festivais internacionais são importantes para carreira de nosso filme. A cada citação por aqui, nas projeções ou durante os debates, as pessoas referenciam o sucesso no festival de Cannes. Sei que isso não torna o filme melhor ou pior, mas não posso negar que abre uma possibilidade a mais para as pessoas o assistirem em mais lugares e ajuda a gente a levar um pouco mais adiante o trabalho de formiguinha do cinema brasileiro, onde todo mundo faz um pouco pro benefífico de todos.
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