Hoje foi nossa primeira projeção no festival. Acordamos cedo e almoçamos no Hard Rock Cafe. Nunca foi minha prioridade, mas é maneiro ver a famosa guitarra Les Paul do Hendrix. Se falasse inglês ia pedir pra tocar. A projeção à noite foi maravilhosa. Muitos aplausos e um grande debate após a sessão. É meio chato ficar falando bem do próprio trabalho, mas esse é o clima em Chicago e me sinto na obrigação de dividir com vocês.
A primeira dose dessa impressão foi já no serviço de migração, quando desembarcamos. Os policiais ficaram apavorados com a pouca idade do Cadu. “Minha filha tem sua idade, estuda cinema; mas nem pensa em fazer seu primeiro filme. Essa é uma realidade muito distante para ela”. Dizia uma policial. Nesse momento percebi a responsa que é carregar essa bandeira de novo cineasta latino-americano. A cada dia que passa aprendemos mais a ter essa postura e tentar servir de exemplo pra tanta gente que ainda acha que cinema é uma arte pra poucos.
Logo ao adentrarmos o cinema a organizadora do festival nos apresentou um casal de brasileiros que diziam estar loucos para assistir o filme, que acompanham este diário no site e estão muito felizes com todos os resultados que temos conseguido. Fiquei perguntando quem seria o simpático casal, mas ninguém soube me explicar. Depois da projeção eles nos convidaram para uma festa que seria oferecida ao 5x favela amanhã. Como o senhor só falava em segunda pessoa do plural fiquei ainda mais curioso em saber quem era. Depois que foram embora acabei descobrindo que ele é o cônsul brasileiro em Chicago.
Durante o debate rolou aquela comparação inevitável com o filme Cidade de Deus. Pelo menos três perguntas do público foi a respeito dessa comparação. Hoje foi bem mais fácil discutir com a galera, porque exibimos o filme. No debate de ontem, o papo ficou mais na área política que na estética, mas entendo que isso aconteceu por conta das pessoas não terem assistido, ainda.
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