quinta-feira, 6 de maio de 2010

Tensão. Agressão. Reconciliação.

Era uma vez
Uma vida que começou a mudar
No belo dia que cruzei aquele olhar
Sem esperar, me apaixonei
Ela era muito mais do que um dia eu sonhei
Me casei
Seu pai me trouxe sua mão
Me incumbiu da missão de lhe dar proteção
A possuí em meus braços e cumpri o ritual
Minha princesa de cristal

Até que um belo dia houve a primeira briga
Nada demais, uma pequena intriga
Mas como dor de barriga, não foi só uma vez
Em menos de um mês foram duas...
Três...
Era conversando que a gente se resolvia
Gritava
Mas só que nunca batia
Desculpe
Nunca mais vou te xingar
A partir de hoje vou apenas te amar

Mas a danada da rotina só trazia mais tensão
E dessa vez não foi só um palavrão
Ingenuamente ela tentou revidar
Empurrei-lhe uma vez
E voltei empurrar
Com o corpo mais frágil
Cada vez mais acuada
Foi ficando agressiva
Não media as palavras
Fui criado para não aceitar desaforo
O sangue encheu meu olho e...
Capotei-lhe um soco

Os vizinhos achavam que aquilo era normal
Não meteriam a colher em briga de casal
Prometo melhorar
Aconteça o que aconteça, me perdoe.
Onde estava com a cabeça?
Fui parar na delegacia algemado
Mas não foi nada difícil convencer o delegado
Foi ele mesmo quem propôs a solução
Um novo perdão
E conseqüente reconciliação...

Preferia que tivesse me trancado
Não teria voltado
E te estrangulado
Não extrapolaria os limites do jogo
Entre um buquê de rosas e uma arma de fogo
O que foi que eu fiz?
Onde isso começou?
Nunca desejei atirar em meu amor
Quem foi o mentiroso que escreveu esse roteiro?
E me transformou num assassinou traiçoeiro

Se pudesse voltar atrás
Não faria mais
É indescritível a falta que você me faz
Confesso que não sei quem foi que mais perdeu...
Mas sei quem ofendeu...
Mas sei quem foi que bateu...
Mas sei que quem matou fui eu.

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